terça-feira, 9 de agosto de 2016

A cidade que vai receber meio milhão de estrangeiros durante as Olimpíadas deve se preparar para a chegada de visitantes ‘indesejáveis’. São os vírus e bactérias que poderão vir junto com as delegações de atletas e turistas dos 206 países que irão desembarcar, neste mês (agosto), no Rio de Janeiro.
Para evitar o contágio com novas doenças e outras reincidentes, como sarampo e poliomielite, que já foram erradicadas no Brasil, os cariocas devem procurar orientação de médicos, atualizar cartões de vacina com as recomendações de imunização das organizações de saúde e adquirir bons hábitos de higiene, como lavar as mãos antes das refeições e após ir ao banheiro.
Depois das quatro enfermidades causadas pelo Aedes aegypti – dengue, zika, chikungunya e febre amarela –, o infectologista da UFRJ, Alberto Chebabo, alerta para o quinto vírus que pode vir a ser transmitido pelo mosquito. “O West Nile Virus (Vírus do Oeste do Nilo) é original dos Estados Unidos, mas pode chegar ao Brasil”, prevê.
Chebabo enfatiza ainda o fato de que a maior preocupação do Brasil deve ser a entrada de novos vírus. “O problema são os vírus novos — tanto os que não existem aqui, quanto os que nem sabemos que existem”. E exemplifica: “o coronavírus é responsável por uma doença respiratória grave no Oriente Médio e que pode vir a ser introduzido no País”.
Para o infectologista Alberto Chebabo, o País não possui infraestrutura para lidar com ameaças virais e bacterianas. “Não existe uma rede integrada de unidades sentinelas e laboratórios para monitorar novas doenças no momento em que surgem. Falta pessoal, material e equipamento”, alerta. Segundo ele, a Fiocruz não é capaz de lidar com tantos exames em caso de surto, como o de zika vírus.